Minha mãe era aquela pessoa que fazia o almoço, regava as plantas, lava a roupa e que era minha mãe. Hoje que ela se foi é que me dei conta de que nós não fomos amigas. Se era pra falar da escola, ela era minha amiga; se era pra falar de sexo ela era minha mãe (Não podia); se era pra falar em arrumação de casa, ela era minha amiga; se era pra falar de namorado ela era minha mãe (não podia). Porque naquele tempo mãe era só mãe. Mas eu sempre quis uma mãe amiga, e só vim descobrir isso aos trinta anos. Daí eu me aproximei mais, investiguei o motivo dela ser assim e descobri. Descobri que ela não foi criada pela mãe, perdeu a mãe cedo, aos cinco anos... Meu avô casou de novo e ela foi criada por uma madrasta. Parece que seu relacionamento com sua madrasta era bom, mas não sei até que ponto. Minha mãe guardava com muito carinho a fotografia de sua mãe, penso que ela sentia muita falta dela. Mamãe sublimou aquele momento de perda e isso influnciou o resto de sua existencia. Eu ainda consegui transformar minha mãe em minha amiga, por pouco tempo. E o que fazem as amigas? Vão ao shopping, vão ao cabelereiro, vão passear, vão botar a fofoca em dia. Isso fiz com minha melhor amiga, e seu nome era Darci. Minha amiga gostava de cozinhar e de plantar. Ela se foi mas deixou no quintal da minha casa parreira, mangueira, mamoeiro, conqueiro, umbuzeiro e outras plantas. Sinto falta da minha mãe. Amigas nós temos várias, mas mãe é uma só e a minha eu perdi pra sempre. Hoje, eu queria muito a presença da minha mãe. É mais uma dor que tenho que superar, além do meu humor.

Comentários

Vagner disse…
eu tb perdi vários amigos alguns viraram a kra pra mim quando souberam da minha doença outros eu virei a kra pra eles, acho q eles confundem esquizofrenico com psicopata ou pedófilo, mas o importante é ser resiliente e forte pra passar por cima desses percauços e não cair mais uma vez

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