Marizsa, Marisza


Quando fui visitar Mariz(s)a e a encontrei sozinha, sem visitas, meu coração sentiu uma tristeza enorme. Como é ruim ficar só e ver alguém que a gente gosta sozinha.
Álvaro, o filho dela não quer sua presença, não quer cuidá-la.
E é assim a vida? A gente cria um filho com tanto carinho e depois eles nos viram as costas? Marisza conquistou meu coração.
Por que será? Não sei explicar.
Eu poderia trazê-la para morar comigo. Mas sou uma pessoa insuportável.
Eu não gosto de visitas que fiquem por muito tempo em minha casa.
Mas qual será o final da história de Mariz(s)a?
Gostaria que ela tivesse um final feliz. Eu sou ruim, mas gosto dela. A solidão só é boa quando queremos ficar só. Eu não sei o que ela tem. O que será?
Por isso diante dela eu sou a tal. Sou melhor superior, estou em vantagem.
Eu tenho dois filhos, tenho um marido, tenho um lar e tenho também uma conta bancária. Tenho a liberdade de ir e vir, sou dona do meu nariz.
Mas falemos da Marizsa: Quando a conheci, ela estava deitada num leito bem longe do meu. Automaticamente ele pegou suas coisas e se mudou para perto de mim. Eu acho que faço bem pra ela, mas que bem ela poderia me fazer? Porque sou muito interesseira, não faço nada sem ter algo em troca.
Ficamos amigas e ela me alertava sobre tudo e todo mundo. Eu me apeguei a ela.
Confesso que via em Marizsa um pouco de minha mãe. Eu não cuidei de minha mãe.
Estava com os pensamentos em outros objetivos e acreditando que Deus não tiraria minha mãe sem pedir minha permissão. Eu sou assim e nunca vou mudar. Diferente de Marisza que tem a alma pura. Meu egoísmo, meus interesses estão acima das pessoas e não abro mão por nada.
Na visita de Marisza, eu a abracei e senti um bem estar muito grande porque eu consegui vê-la, estava ansiosa para dar-lhe uma trufa de côco feita pela mãe da Flávia. Li um versículo da Bíblia para ela, tentei travar algum diálogo, ouvi suas queixas, seus medos, seus receios, suas expectativas de vida. Me senti impotente. Ela quer uma casa para viver sozinha. Isso é possível? Ela teme a macumba, com a Bíblia na mão, e Deus ao seu lado, ela ainda teme; igual a mim.
Tirei uma foto com ela e esta que guardarei para sempre como recordação de alguém que me faz lembrar de minha mãe. O que eu poderia fazer para ajudar Marizsa? Eu gostaria de trazê-la á minha casa para passar uma semana comigo. Meu filho não iria gostar muito, porque eu iria ter que ocupar o quarto dele. Eu a levaria ao shopping e compraria um Mc lanche para ela. Ou tomaria um delicioso milk shake no Bob’s. Eu poderia deitar em seu colo e brincar de mãe e filha. Mas eu só faria isso por uma semana, porque sou insuportável. Só Marizsa mesmo para pegar suas coisas e vir dormir ao meu lado. God bless us!

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