Quando aquela voz falou ao meu ouvido: Não vá! Eu não acreditei.
Será que ela queria que eu ficasse ou queria que eu fosse de uma vez?
Ela cismou que partiria no outono, eu mais uma vez não acreditei.
E ela foi.
No inverno ou no outono?
Só sei que foi.
Acaba um estação e entra outra.
E assim ela foi embora.
No que pensava?
No que temia?
No que maquinava?
Uma mulher amada e ousada nasceu para me derrubar ao chão e destruir com meus brios.

Ela anteriormente me contou sobre um elevador de vidro e um anjo que a chamava.
Eu chorei e não acreditei.
O que eu temia?
Por que me encolhia dentro de mim e não fazia o que era necessário:
Limpar o chão,
fazer o almoço,
lavar a louça,
botar a mesa e depois dormir no seu colo.

Fazer aquele café gostoso e depois deitar no seu colo para ouvir suas peripécias.
Fiquei pouco tempo ao seu lado,
Mas conhecia e desconhecia como ninguém:
Baixinha, olhos pequenos e irados, mas de um amor descomunal.
Por que não amei mais do que a mim mesma?
Porque meu coração tava amando outro mais que ela.
E assim minha mãe se foi,
E eu não fiquei só.
Nunca mais estarei só.
Ela se foi no elevador de vidro chamada por um anjo.
Ficou o meu que me guardará até o fim,
E a vida é assim!

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