Não tenho hábito de cuspir no café,
mas já cuspi na água que dava para o meu pai beber.
Eu tinha tanta preguiça de fazer as coisas e ele sempre queria que exatamente eu pegasse seu copo com água.
Eu nunca respondi meu pai. Quando ele falava comigo eu baixava minha cabeça. Até hoje é assim.
Não consigo enfrentar aqueles olhos de amor e lhes dirigir uma palavra ofensiva.
Quando meu pai fala comigo ainda baixo a cabeça. Serei sempre assim, mas eu cresci, mas nada mudou. Eu sou a filha mais vela, corda do coração do meu pai. Quando ora, ele pede que Deus me proteja. E é sempre assim. Suas orações me sustentam sempre, e não sei como agradecer.
OH, estrelinha cadente, pede para meu pai me ligar e dizer que me ama, assim esquecerei tudo de ruim que já passou. Meu pai foi o primeiro homem que amei. E outros homens surgiram para amar, e quantos ainda virão? Eu não sei explicar. Ame-me ou me deixe, ou esqueça que existo.
Amor? Quem inventou? Está dentro de mim por escolha ou por inerência? Também não sei explicar.
Quero meu pai aqui comigo e poder dizê-lo como foi bom poder encontrar canetas e dinheiro em sua pasta e poder roubar. Esqueci de dizer: sou cleptomaníaca, ainda me amas assim? Eu creio. Saudades daquele tempo. Dos rios de Queimadinhas, do beijo de Hilberto e da comida de minha mãe. Eu sinto muita saudade....
Certa vez meu pai dormia e eu sorrateiramente roubei-lhe o relógio. O meu eu dei a Antonia, ela já se foi e quem herdou aquela jóia? Eu comprei na Philbois, em Corumbá. Por que Antonia se foi? Também não sei explicar... A solidão é insuportável! Um dia falarei de Antonia, ela merece ser lembrada. Quero essa paz sempre, sempre, sempre.
Ainda tenho muitas histórias para contar... Vamos adiante. Vejo vcs depois.

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